Gostaria de convidar o leitor para uma pequena viagem através da história da humanidade, antes de discutirmos o assunto, principal, deste texto, M.M.A, U.F.C entre outros campeonatos de vale-tudo e selvageria.
1- Pré- História: Abrange o período de surgimento do homem (há 4 milhões de anos) até o surgimento da escrita (4.000 a.C) . Período do uso da pedra lascada, economia coletora, propriedade comum da terra e da produção, divisão de trabalho determinado pelo sexo, vida em bandos. (paremos por aqui, amigos leitores, poderia ir muito longe, mas aqui é suficiente, para fazer uma comparação muito breve).
1.1 – Economia Coletora: Nesse tempo, tudo aquilo que era feito pelo homem, a sua economia, de seu trabalho era trazido para dentro da família, como forma de manter suprimentos para tempos difíceis, entre outras situações.
Nos campeonatos de vale-tudo acontece a mesma coisa, que acabo de citar: Os empresários são os chefes de todos os lutadores, ou no caso de apenas, um lutador, seu chefe, o chefe de sua família que através, do risco de vida que o lutador corre ao não deparar-se com outros lutadores, de um bando diferente, de uma tribo diferente, muitas vezes com nomes de animais, perigosos, junta dinheiro para um futuro “insucesso de seu lutador, sua máquina de espaçamento”, ou para pagar-lhes curativos na face. Eis uma economia coletora, o empresário arrecada o que o lutador faz gerar com seu sangue, ele caça, e o empresário, junta.
2.2- Propriedade comum da terra e da produção: Sobre a produção já falei. Mas quanto à propriedade comum, é muito simples. A propriedade comum de todos os lutadores é o hospital, sem qualquer importância, “pós-ringue”, um canto destinado ao pensamento, depois de todos os machucados, um forte período de sofrimento ao corpo, chamado de treino, para á próxima luta temos então á chamada propriedade comum.
3.3- Divisão do Trabalho pelo Sexo: Existe a selvageria feminina, mais não tão quanto, a masculina. Mas ai vem à semelhança total com a “pré- história”. Primeiro: Nas lutas femininas as mulheres nada mais são do que mostra sexual daquele momento, vejam, por exemplo, a forma como elas competem, e a forma masculina.
Segundo: Elas não mostram nem um terço da presença técnica, exigida, na forma masculina, e muitas vezes saem das plaquinhas dos rounds a serem exibidos, para próxima selvageria.
Conclusão: Temos então a mulher apenas como forma de trabalho útil ao desejo masculino de duas mulheres em batalha, em roupas decotadas, ganhando muito menos, expondo-se pouco também, assim como na pré-história, “homem caça, o lutador morre, a mulher separa a caça, a lutadora, apresenta o round ou fica como objeto sexual.
4.4- Vida em bandos: No inicio, o homem necessitava da coletividade para poder proteger-se de animais ferozes, ou levar o fogo acesso, até sua aldeia, e assim alimentar-se e vestir-se. Assim acontece no mundo do vale-tudo; o homem enquanto, amador, vive apenas com seus amigos, lutando sem machucar-se, ainda como Australopithecus, e após sua evolução, quando passa a degladiar-se com outros de sua espécie, toma-lhes o posto de melhores do mundo, invadindo-lhes a aldeia, já como homo-sapiens.
Podemos então concluir que é da espécie humana, à volta as origens, ou a não-evolução, como característica da espécie, remetendo-nos como homens, sábios, evoluídos e sem qualquer forma de ser subestimado, num ringue ou na vida. A evolução é um processo lento e descabido de sofrimento, ou pressa, mas ainda achamos que podemos estudar o que ainda não alcançamos.
O texto acima não tem qualquer caráter discriminatório contra qualquer pessoa, e sua prática. Mas o direito ao conhecimento e a expressão é um direito a todos, e desse direito faço uso. Gostaria de lembrar que sou praticante de esporte marcial, e jamais poderia dedicar-me a critica de práticas marciais, e sim de seus praticantes.
Odoacro Souza.
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