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Pesquisadores acreditam que o fenômeno é causado por falhas na poda neural, que atinge seu pico na puberdade e leva à perda de uma enorme quantidade de sinapses
Aromas que evocam cores, cores que despertam sons, sons que têm cheiro. As combinações possíveis são inúmeras. No fenômeno sensorial denominado sinestesia os sentidos se cruzam e o resultado fascinante intriga neurocientistas. Enquanto a causa é desconhecida, pesquisadores tentam apreendê-la por meio de teorias. Uma delas, que vem ganhando força nos últimos anos, é discutida por um trio de pesquisadores na revista Cognitive Neuropsychology, num artigo que busca, na filosofia e na literatura, pistas históricas a favor de um raciocínio que não se presta facilmente à experimentação científica. Segundo essa teoria, a sinestesia seria causada por falhas num mecanismo conhecido como poda neural, que atinge seu pico na puberdade e leva à perda de uma enorme quantidade de sinapses. Um descarte seletivo, em que o cérebro elimina conexões neurais de pouca relevância.
No adulto com sinestesia, esse fenômeno não teria ocorrido plenamente, e entre as sinapses que deveriam ter sido extintas estão aquelas que agora provocam o cruzamento e a contaminação dos sentidos. Nos últimos anos, algumas evidências obtidas em pesquisas com filhotes de macacos mostram que uma série de conexões entre distintas áreas sensoriais do cérebro, como os córtices visual e auditivo, não resiste à poda neural da juventude.
A consequência mais intrigante desse raciocínio, caso esteja correto, é a de que toda criança é sinestésica. A ideia é antiga e foi apresentada pela psicóloga canadense Daphne Maurer, em 1988. Mas o artigo dos pesquisadores Alex Holombe, Eric Altschuler e Harriet Over localiza a primeira menção à forma sinestésica de a criança sentir o mundo no livro Emile, de 1762, um tratado sobre educação infantil escrito pelo filósofo francês Jean-Jacques Rousseau. Os autores destacam ainda a influência desse aspecto da obra no clássico de terror Frankenstein, de Mary Shelley. “Eu via, sentia, escutava e cheirava ao mesmo tempo, e isso foi, de fato, muito tempo antes de aprender a distinguir entre as operações de meus vários sentidos”, disse a quimera de inspiração gótica criada pela jovem britânica em 1818.
Devido a óbvias limitações de experimentação com seres humanos, não será fácil comprovar que a sinestesia é causada por falhas na poda neural. Em compensação, verifi car a possível sinestesia natural das crianças talvez seja um pouco menos complicado. As idéias de Rousseau e a criatividade de Shelley deveriam inspirar os neurocientistas nessa direção, sugerem os autores.
por Sérgio Abranches
Há uma brecha talvez intransponível no curto prazo entre a ciência e a política global do clima. Ela contrapõe o ritmo em que a ciência diz estar ocorrendo o aquecimento global à velocidade e profundidade das soluções políticas factíveis. O prazo e as metas de redução das emissões de CO2 capazes de nos manter na zona de segurança climática são dados pela ciência, mas dependem da política. O necessário, cientificamente, não parece politicamente viável no curto-médio prazo. O viável politicamente nesse prazo não é suficiente do ponto de vista científico. Nunca foi tão dramática essa distância entre o cálculo da ciência e o cálculo político.
A estrutura econômico-energética e a forte dependência ao carvão de países como China e Índia indicam que a transição para o padrão de baixo carbono, com as tecnologias disponíveis, levará décadas. Só o Brasil, entre os grandes emergentes, poderia fazer essa conversão com mais rapidez. Tem a vantagem da matriz energética. A moratória do desmatamento reduziria signifi cativamente nossas emissões. O necessário investimento na insuficiente e sucateada infraestrutura de transportes poderia ser orientado para uma logística sustentável do ponto de vista do carbono. Isso eliminaria o viés a favor de rodovias no transporte a longa distância e na Amazônia. É caminho sem sacrifícios, com ganhos de governança e qualidade de vida.
A defasagem entre ciência e política do clima significa que a agenda global terá de incluir como item prioritário pesado investimento em adaptação, sem abandonar o esforço de mitigação máxima possível das emissões. O princípio da precaução manda continuar buscando modos de manter o aquecimento médio global em 2ºC até o final do século e atenção ao alerta de cientistas de que esse aquecimento pode resultar em mudanças climáticas significativas, com efeitos violentos em várias partes do planeta. Mais, recomenda considerar a eventualidade de ultrapassarmos esse limite. Mesmo que seja possível manter esse limite, o volume de investimento em adaptação necessário será de grande magnitude. E aumentará quanto mais nos afastarmos desse teto de 2ºC.
O governo Obama iniciou uma nova ofensiva na política global do clima, após a frustrada conclusão do G8+5 em L’Aquila, na Itália. Intensificou negociações bilaterais com o objetivo de obter o melhor acordo possível em Copenhague e para o futuro imediato. Por isso liderou o recuo em relação à menção explícita a metas quantitativas, vetada pela China, Índia e Brasil. Quis manter o ambiente propício ao entendimento. Difi cilmente esses países serão persuadidos a mudar de posição e assumir metas cientificamente recomendadas de redução de emissões, até dezembro. Obama certamente está informado disso. Provavelmente está apostando em um avanço mais gradual, investindo para quebrar o impasse em Copenhague, mas esperando progressos mais signifi cativos em 2010 e 2011. Se for esse, realmente, o caso, é uma estratégia diplomática realista, em sintonia com esse risco de contrariedade entre a ciência e a política do clima.
Nos encontros bilaterais que o governo americano tem promovido, um dos temas centrais tem sido a parceria tecnológica. Na China, as negociações estão em andamento. O secretário de Energia americano, Steven Chu, em viagem recente e posterior à de Hillary Clinton a Pequim, anunciou que os dois países lançarão conjuntamente um Centro de Pesquisa sobre Energia Limpa, com o objetivo de promover P&D em efi ciência energética, sequestro de carbono e veículos de baixa emissão. Na Índia, a visita da secretária de Estado, não teve resultados concretos, mas há indicações de que os dois países podem vir a negociar parceria semelhante. O encontro entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil ficou por último. Há sinais de que a parceria tecnológica pode ser também o melhor resultado dessas conversações.
Acordos bilaterais e “negociações em clube” têm melhores chances de pavimentar o caminho rumo a um pacto climático global mais efetivo. Chamo “negociações em clube” entendimentos políticos e diplomáticos formais, em pequeno grupo, reunindo os maiores emissores e detentores de recursos estratégicos, como florestas tropicais.
Dois pontos que não avançaram na agenda de discussões e que contribuem para o veto a metas de emissões são a transferência de tecnologia e os investimentos em adaptação. Claramente, parcerias reais em pesquisa e desenvolvimento fazem mais sentido para países como China, Índia e Brasil que a surrada ideia de transferência de tecnologia. Um sério e significativo arranjo que viabilize ações concretas e eficazes de adaptação nos países mais pobres e nas economias emergentes é também questão prioritária. É preciso reduzir essa brecha entre ciência e política no enfrentamento do aquecimento global. O processo na Natureza não vai mudar. A política terá de se ajustar ao ritmo recomendado pela ciência o mais rapidamente possível. Esse é o objetivo estratégico. |
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 | Sérgio Abranches é mestre em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB); M.A. e Ph.D. em ciência política pela Cornell University. Diretor e colunista de O Eco (www.oeco.com.br); comentarista de ecopolítica da rádio CBN |
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FONTE: http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/ciencia_e_politica_em_descompasso_2.html
1941
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Fundada a companhia Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A.
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1954
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EUA produzem bombardeiro supersônico, o B-58.
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1957
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O governo da República Democrática Alemã recolhe sem aviso prévio todos os marcos disponíveis e lança uma nova moeda de forma limitada.
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1959
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A tripulação de um bombardeiro americano B-47 dispara um míssil em direção ao espaço cósmico, próximo ao satélite artificial Explorer VI, enquanto o Explorer VII era lançado de Cabo Canaveral, Flórida.
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1964
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Depois de completar 16 órbitas num voo de 24h17min, voltam à Terra, perto de Kostanei, na Sibéria, os 3 astronautas soviéticos tripulantes da nave espacial Voskhod I, a primeira a transportar mais de uma pessoa.
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1969
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Governo regulamenta lei de 1968 que proibe a exportação de livros antigos e conjuntos bibliográficos.
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1976
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Brasil e Reino Unido assinam acordo cultural em substituição ao então em vigor, de 1947.
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1976
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Cientistas da Universidade de Michigan descobrem múmia da avó do faraó Tutankhamen, que teria vivido de 1397 a 1360 a.C.
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1982
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O rei Hussein da Jordânia e o líder da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, se reúnem durante 4 dias para conversações sobre a proposta de criação de um estado palestino confederado com a Jordânia.
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1997
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Brasil e EUA assinam um tratado de cooperação nuclear que amplia a área de atuação conjunta dos dois países e prevê a troca de informações e tecnologia para fins médicos e de produção de alimentos.
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2004
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Tony Blair não se desculpa por ter ido à guerra com os EUA e declara que não deturpou informações dos serviços secretos sobre suposto arsenal de Saddam Hussein.
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